Cuidar de Si




Ao longo dos anos tenho observado a história de muitas mulheres: amigas, conhecidas, clientes e, claro, a minha própria história.

Solteiras divorciadas, viúvas ou casadas (normalmente não mais com o pai de seus filhos).

Tenho acompanhado os dramas e alegrias, medos e garras de mulheres que lutam para conciliar o manejo dos seus lares, a educação de seus filhos, o cuidar dos pais, o permanecerem lindas, sedutoras e disponíveis para seus homens... tudo ao mesmo tempo.

O que vejo é que não é apenas a sobrecarga ou a diversidade de “tarefas” que estressa as mulheres. Existe algo mais profundo e mais sério: uma necessidade vital de corresponder às expectativas dos outros. E carregamos uma culpa eterna por não sermos perfeitas.

Abrimos mão dos nossos sonhos. Abrimos mão das nossas necessidades emocionais. Abrimos mão da nossa vocação mais profunda. Sustentamos, com a nossa energia, tantas pessoas e situações que sobra pouco para nós mesmas. E não adianta dizer que a culpa é nossa. Já nascemos mergulhadas num inconsciente coletivo planetário que nos condiciona a certos padrões de comportamento viciados no medo e na culpa.

Bom, é só conhecer um pouquinho da História do nosso Planeta para entender o porquê!

É preciso coragem para olhar no espelho. Não para passar delineador, mas para olhar no fundo dos nossos olhos e ver a verdade da nossa alma. Estamos fazendo aquilo que realmente deveríamos estar fazendo? Ou estamos nos boicotando, com medo de nós mesmas, com medo da nossa própria força?

Estamos construindo os nossos sonhos ou estamos deixando que eles morram todos os dias um pouco junto com a gente? Está na hora de aprendermos a cuidar de nós mesmas. Só assim estaremos dando um exemplo digno para os nossos filhos, convidando-os a serem mais inteiros e independentes e ajudando os homens a não dependerem da nossa energia. Vamos definitivamente aprender a dizer NÃO, para que o nosso SIM seja verdadeiro.

Cuidar de Si não é ser egoísta, mas estar muito mais capacitada para cuidar dos outros sem motivações inconscientes que nos enredam em jogos de co-dependência. Cada uma tem que fazer a sua parte e curar o feminino dentro de si mesma. E isso só é possível desfazendo as velhas programações que obstruem o fluxo da Vida dentro do nosso corpo.

Não adianta pensamento positivo, lista de intenções, colagem de figuras, etc, se tem uma voz muda lá dentro que diz: “eu não vou conseguir!” Ou, “e se eu conseguir?”

Precisamos transmutar os registros paralisantes da nossa história pessoal e planetária, tão cheia de opressão e mutilação do feminino. Vamos descobrir a nossa própria música interna, nossa vibração pessoal, nossa identidade cósmica! Atuando num nível mais alto de energia, estaremos ajudando todos os seres e a Mãe Terra no seu processo de libertação e resgate do Sagrado Feminino!

Angelica Pio

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